A TEV ou a trombose, é a formação de um coágulo de sangue dentro de um vaso sanguíneo. O coágulo em si é chamado de trombo. Quando o trombo se forma nas veias das pernas, temos a Trombose Venosa Profunda (TVP). Este trombo pode viajar na circulação e alojar-se nos pulmões, sendo então chamado de Tromboembolismo Pulmonar (TEP) ou embolia pulmonar.
A trombose é uma doença que não discrimina sexo, idade ou raça, podendo afetar qualquer pessoa. TEV ocupa o primeiro lugar entre as causas de morte evitável associada ao período de internação hospitalar. Assim, qualquer paciente hospitalizado está sob risco.
Principais fatores que aumentam o risco de trombose:
Pacientes com câncer, especialmente em tratamento com quimioterapia
Cirurgias, especialmente as ortopédicas e oncológicas
Ficar muito tempo sentado/deitado
Internação em Terapia Intensiva
Infecções agudas
Idade acima de 40 anos
Descompensação de doenças de base, como insuficiência cardíaca ou doença pulmonar.
Obesidade
Assim, é importante que os pacientes internados recebam correta avaliação de risco e, quando indicada, correta profilaxia, como caminhar assim que liberado pelo médico, utilizar meias elásticas e receber medicação anticoagulante adequada.
Como as falhas acontecem?
Para manter a adesão, deve-se envolver a alta direção clínica, manter uma equipe multidisciplinar capacitada e engajada com a prevenção de TEV, definir uma metodologia (um protocolo embasado cientificamente). Mas, para além desses passos estruturais, garantir que não há falhas na execução da rotina implantada, é um fator decisivo para o sucesso de qualquer programa de profilaxia de TEV.
- 35% das falhas acontecem na avaliação: ou ela não é feita ou está incorreta. Por isso, tão importante quanto garantir que a avaliação seja feita, é assegurar que ela é seja feita corretamente.
- 30% das falhas ocorrem no momento de conectar o risco do paciente à melhor maneira de fazer a prevenção. O médico deixa de prescrever a profilaxia quando necessária ou não recomenda a forma ou dose adequada ao risco identificado.
- 15% das falhas está na avaliação correta e se há prescrição, mas a medicação ou a profilaxia mecânica (meias elásticas de compressão, dispositivo de compressão pneumática intermitente) não chegou ao paciente na hora certa. O momento da primeira profilaxia é crucial para a prevenção adequada de TEV.
- 20% das falhas, a lacuna está na transição do cuidado, pois ao passar de uma unidade para a outra ou de um plantão para outro, a prescrição se perde. Geralmente, isso acontece quando o paciente sai de um centro de maior suporte, como a UTI, para um menos crítico. Há a percepção de que o paciente está estável e um certo “relaxamento” dos cuidados. Deixa-se de fazer a avaliação de risco ou a profilaxia que já existia é esquecida.
Muitas vezes, quando a recomendação é a de profilaxia mecânica, como as meias de compressão, os profissionais esbarram em uma questão complicada: o convênio não cobre e se passa tempo demais aguardando a autorização. A equipe precisa ter autonomia, e é nesse ponto que a prevenção de TEV como política institucional faz a diferença.
Todos esses pontos, em que existe a possibilidade de uma falha, podem ser prevenidos com uma medida simples: envolver a família e o paciente nos cuidados.
O Protocolo de TEV tem por função, diminuir a incidência da trombose, prevenir a morte por embolia pulmonar, minimizar os riscos de complicações em longo prazo como a insuficiência venosa crônica e a hipertensão pulmonar e, consequentemente, diminuir os custos da internação hospitalar.
Com o objetivo de proporcionar alta qualidade e segurança nos cuidados de prevenção de TEV, o controle de um indicador baseado num protocolo de prevenção de TEV é muito importante.
Referências:
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