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Responsabilidade da agência transfusional nos hospitais e a Acreditação no serviço de hemoterapia

Dia 25 de novembro, comemoramos o dia do doador de sangue, então falaremos sobre os serviços de diagnóstico e terapia de hemocomponentes.


A Agência Transfusional é uma unidade hemoterápica que tem como função, armazenar sangue e seus derivados, realizar exames imuno-hematólogicos pré transfusionais, dispensar e transportar de forma segura os produtos sanguíneos para as transfusões nos setores de internações e centro cirúrgico e acompanhar a infusão do hemocomponente.


A portaria que norteia esse serviço é a Portaria nº 158 - Ministério da Saúde.


Algumas responsabilidades da Agência Trasfusional na rotina hospitalar:


Armazenamento:

O armazenamento na Agência Transfusional tem uma atenção especial, visto que o sangue pode ficar estocado de 28 a 30 dias. Deve possuir geladeiras específicas que tem as temperaturas verificadas periodicamente, para que qualquer possível falha de funcionamento seja identificada rapidamente, assim como praticar processos diários de análise dos hemocomponentes e reagentes visando à segurança para o paciente que será transfundido.


A Agência Transfusional pode ou não realizar coleta de doadores de sangue, mas normalmente são coletadas em Banco de Sangue.


Recebimento da Solicitação de Transfusão:

O médico solicita por meio de um formulário específico que contém informações pessoais e técnicas do paciente para assegurar que o procedimento seja feito de forma correta. 

O segundo passo é a coleta da amostra, que é utilizada para a realização dos testes pré-transfusionais. No tubo em que o sangue fica armazenado contém informações da amostra e do receptor que devem ser confirmadas antes da transfusão.


Testes pré-transfusionais:

Após a coletagem da amostra, são realizados testes pré-transfusionais denominados em “Classificação ABO Direta e Reversa”, “Classificação RhD” e “Pesquisa de Anticorpo Irregular”.

Paralelamente, o doador também realizou testes de “Reclassificação ABO Direta” e “Reclassificação RhD”. Após os testes, é feita a prova cruzada, ou seja, a comparação do sangue do paciente com o sangue do doador para comprovar a compatibilidade.

Caso haja necessidade, como em caso de pacientes com problemas de medula, por exemplo, o médico pode solicitar outra gama de exames, chamados procedimentos especiais em hemocomponentes.


Liberação dos hemocomponentes para transfusão:

Com todos os testes realizados, o material devidamente identificado com etiqueta, está pronto para ser liberado para a transfusão. Para garantir a segurança, a etiqueta contém os dados do receptor, dos hemocomponentes a ser transfundido, o resultado do teste e o responsável pela liberação.


Acompanhamento:

As boas práticas recomendam que o profissional da agência transfusional acompanhe a infusão, os próximos 10 minutos e se possível, a retirada. E que faça uma dupla checagem com a equipe de enfermagem para prevenção de eventos com aferição dos sinais vitais e buscativas de intercorrências como mal estar, mal súbito, alterações de sinais vitais e até o mesmo, em casos extremos, um choque anafilático. A recomendação é que a transfusão não ultrapasse o período de 04 horas.


Serviços prestados ao hospital: Atendimento aos setores do hospital nas necessidades transfusionais; Realizar os exames pré-transfunsionais;

Garantir a rastreabilidade e integridade dos hemocomponentes. Identificar as reações transfunsionais através de exames e notificações na NOTIVISA/ANVISA; Realizar controle de qualidade interno dos reagentes e hemocomponentes; Participar do controle de qualidade externo promovido pelo Hemope/ANVISA; Fracionar o sangue para as transfusões em pacientes pediátricos ou neonatais; Atendimento as exigências das normas vigentes da APEVISA/ANVISA; Promover ações para captação de doadores de sangue; Presidir e atuar no Comitê Transfusional Multidisciplinar.


A Acreditação está sendo uma excelente oportunidade para a garantia dos serviços de hemoterapia no Brasil.

O status de "Acreditado" provê confiança no Serviço de Hemoterapia (em seus diversos níveis de complexidade), por parte dos clientes internos e externos, bem como dos órgãos governamentais, uma vez que é reconhecida oficialmente pela ANVISA e pelo Ministério da Saúde.


O Ministério da Saúde e a SBHH celebraram um convênio com a ONA que prevê que as acreditações em Serviços de Saúde ficarão sob a supervisão deste órgão, uma vez que a ONA mantém um cadastro de instituições acreditadoras credenciadas para este fim.


A avaliação para certificação poderá resultar na emissão do certificado de acreditação, se ficar constatado que o serviço cumpre as especificações estabelecidas pelo manual, reunindo um conjunto completo de boas práticas e itens de orientação que visam a assegurar a qualidade do sangue, desde a coleta até a transfusão, passando pelo armazenamento e pela entrega.


Os Serviços de Hemoterapia vêm perseguindo a acreditação e já evidenciado, que alguns já a conseguiram a demonstrar o prestígio da metodologia.


A conquista do certificado significa que esse serviço garante a padronização de seus processos, a qualificação de seus funcionários e fornecedores de insumos bem como a qualidade de materiais e equipamentos, e a realização de controles de qualidades internos e externos em suas atividades.


Os hospitais, responsáveis pela qualidade na assistência prestada aos seus pacientes, devem ser parceiros de Agências Transfusionais que prezam pela integridade e rastreabilidade dos hemocomponentes e trabalham com processos padronizados, validados, mesurados e seguros, voltados à Segurança do Paciente.






Manual de Acreditação das Organizações Prestadoras de Serviços de Hemoterapia 1ª Edição, 2003 RDC nº 75, de 7 de abril de 2003

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