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Interrupções e Distrações: um risco subestimado à segurança do paciente.

As interrupções e distrações clínicas e assistenciais são uma preocupação crescente nos ambientes de saúde, pois podem comprometer a segurança do paciente e a qualidade do cuidado prestado.


Embora muitas vezes sejam tratadas como parte da rotina, seu impacto é potencialmente grave, especialmente quando ocorrem durante procedimentos críticos, processos decisórios ou etapas de documentação.


Essas perturbações podem ocorrer em qualquer ponto da linha de cuidado, desde consultórios e ambulatórios até centros cirúrgicos e unidades de terapia intensiva. Reconhecer e mitigar esse risco é parte fundamental de uma cultura organizacional voltada à segurança.


Consequências das interrupções e distrações


1. Erros médicos e assistenciais: Interrupções inesperadas durante a prescrição, administração de medicamentos, checagem de prontuários ou execução de procedimentos aumentam o risco de erros por omissão, troca ou duplicidade, afetando diretamente o desfecho clínico do paciente.


2. Diagnósticos imprecisos: A perda de linha de raciocínio clínico ou quebra na concentração pode resultar em falhas diagnósticas, principalmente em ambientes de alta complexidade, onde múltiplas variáveis devem ser avaliadas com atenção plena.


3. Atrasos na prestação do cuidado: Distrações podem gerar quebras no fluxo de atendimento, com atrasos em intervenções, atrasos no reconhecimento de agravamentos e aumento do tempo de internação, comprometendo o princípio da oportunidade assistencial.


4. Queda na qualidade do atendimento: A multiplicidade de demandas e a fragmentação da atenção reduzem o desempenho profissional, impactando a continuidade, a humanização e a integralidade do cuidado.


5. Estresse e sobrecarga profissional: Ambientes com alta taxa de interrupções geram exaustão cognitiva e emocional, favorecendo a síndrome de burnout, absenteísmo e rotatividade da equipe.


6. Comprometimento da segurança em procedimentos críticos: Durante cirurgias, administração de medicamentos de alta vigilância, passagem de plantão ou atendimento em urgência, qualquer distração pode levar a eventos adversos evitáveis, com risco de dano grave ou óbito.


Medidas de Segurança para Mitigar Interrupções e Distrações


Ambientes seguros para tarefas críticas: Estabelecer zonas livres de interrupções, como o "Momento Silencioso para Medicamentos", inspiradas nas práticas da aviação, protegendo atividades críticas com sinalização visual e controle de acesso.


Protocolos de interrupção justificada: Definir regras claras sobre o que pode e o que não pode ser interrompido, quem pode intervir e em que circunstâncias. O objetivo é evitar que assuntos não urgentes interfiram em tarefas assistenciais complexas.


Comunicação segura e planejada: Aplicar ferramentas como o SBAR (Situação, Background, Avaliação e Recomendação) para padronizar a troca de informações, evitando dispersões, ambiguidades e repetições.


Capacitação contínua da equipe: Treinar os profissionais para reconhecer e manejar distrações, utilizando técnicas de retomada cognitiva, priorização e mindfulness no contexto clínico (prática baseada na atenção plena).


Apoio tecnológico inteligente: Utilizar recursos de prontuário eletrônico, dispensação automatizada de medicamentos e alarmes integrados de forma racional, reduzindo o excesso de alertas e ruídos desnecessários.


Designação delíderes em segurança: Incluir nas equipes assistenciais “defensores da segurança do paciente” para registrar, analisar e propor soluções sobre fontes recorrentes de interrupções.


Cultura de melhoria contínua: Fomentar um ambiente onde o relato de interrupções seja estimulado sem punições, permitindo análise crítica e planos de ação efetivos.


Políticas institucionais claras: Estabelecer diretrizes institucionais para limitar distrações, como uso de celular em áreas assistenciais, interrupções por demandas administrativas e ruídos excessivos no ambiente de trabalho.


Conclusão

As interrupções e distrações clínicas não devem ser normalizadas. Elas são fatores latentes de risco, que se acumulam em sistemas de cuidado sobrecarregados e propensos a falhas.


Promover um ambiente mais seguro exige estratégias organizacionais e comportamentais integradas, com investimento em cultura de segurança, educação permanente e empoderamento das equipes.


A CQ Consultoria apoia instituições de saúde na implantação de barreiras protetoras, protocolos e treinamentos, para que cada ação assistencial seja executada com foco, segurança e qualidade.

"Porque cada minuto de atenção plena pode salvar uma vida."


Fontes:

World Health Organization (WHO). - Patient Safety Curriculum Guide: Multi-professional Edition.Geneva: WHO; 2011. Aborda interrupções como fatores contribuintes para erros e eventos adversos.

Joint Commission International. Sentinel Event Alert: Medical device alarm safety in hospitals.JCI, 2013. Discute interrupções causadas por alarmes e estratégias de mitigação.


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1 comentário


Robert6
Robert6
14 de nov.

Fui diagnosticada com doença de Parkinson há quatro anos. Por mais de dois anos, dependi da levodopa e de vários outros medicamentos, mas, infelizmente, os sintomas continuaram piorando. Os tremores se tornaram mais perceptíveis e meu equilíbrio e mobilidade começaram a declinar rapidamente. No ano passado, por desespero e esperança, decidi experimentar um programa de tratamento à base de ervas da NaturePath Herbal Clinic.

Sinceramente, eu estava cética no início, mas, poucos meses após o início do tratamento, comecei a notar mudanças reais. Meus movimentos ficaram mais suaves, os tremores diminuíram e me senti mais firme ao caminhar. Incrivelmente, também recuperei grande parte da minha energia e confiança. Tem sido uma experiência transformadora. Me sinto mais eu mesma novamente, melhor…

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Cátia Albuquerque ME

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