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Alta hospitalar qualificada e multidisciplinar: Quanto se economiza ao evitar reinternações?

Atualizado: 28 de mai.


A reinternação hospitalar precoce é um indicador crítico da qualidade do cuidado e da eficácia dos processos de alta. 


Estudos no Brasil apontam que as taxas de reinternação em até 30 dias variam entre 12,4% e 14,2%, sendo associadas a falhas na transição do cuidado e no planejamento da alta hospitalar.


Um projeto de alta hospitalar qualificada implementado em uma instituição brasileira demonstrou resultados expressivos, reduzindo as taxas de reinternação de 22% para 7%. Essa iniciativa envolveu uma abordagem multidisciplinar, com foco na continuidade do cuidado e na preparação do paciente e de seus familiares para o retorno ao domicílio.


Principais Estratégias do Projeto:


  • Planejamento Individualizado da Alta: Elaboração de planos de cuidado personalizados, considerando as necessidades clínicas e sociais de cada paciente.


  • Educação para o Autocuidado: Capacitação dos pacientes e cuidadores sobre a gestão da saúde após a alta, incluindo orientações sobre medicações, sinais de alerta e agendamento de consultas de seguimento.


  • Coordenação com a Atenção Primária: Estabelecimento de comunicação eficaz entre o hospital e os serviços de atenção primária para garantir o acompanhamento contínuo.


  • Monitoramento Pós-Alta: Realização de contatos telefônicos e visitas domiciliares para avaliar a adaptação do paciente e identificar precocemente possíveis complicações.


A implementação dessas estratégias resultou não apenas na redução das reinternações, mas também na melhoria da satisfação dos pacientes e na otimização dos recursos hospitalares.


Além de ser uma ação ética e estratégica para a segurança do paciente, a alta hospitalar qualificada também representa uma poderosa ferramenta de gestão de recursos. 


Reinternações evitáveis sobrecarregam leitos, equipes, medicamentos e o sistema como um todo, além de causarem sofrimento evitável às famílias.


Vamos aos números:

  • O custo médio de uma internação clínica no Brasil gira em torno de R$ 3.200 a R$ 5.000 por paciente, segundo dados do Ministério da Saúde e ANS.


  • Em hospitais privados de média complexidade, esse custo pode ultrapassar R$ 7.000 por reinternação, especialmente em idosos e pacientes crônicos.


  • Considerando um hospital com 1.000 altas mensais e uma taxa de reinternação de 22%, isso equivale a 220 reinternações/mês, gerando um custo estimado de R$ 1,54 milhão/mês (220 reinternações x R$ 7.000).


  • Ao reduzir a taxa para 7%, como demonstrado em projetos de alta qualificada, seriam apenas 70 reinternações/mês → o custo seria R$ 490 mil/mês.


Economia direta: aproximadamente R$ 1,05 milhão/mês

Economia anual potencial: mais de R$ 12 milhões


Esse cálculo não inclui custos indiretos como:


  • Uso de UTI ou exames complementares;

  • Absenteísmo e perda de produtividade familiar;

  • Danos reputacionais à instituição por falhas de transição de cuidado.


Mas o mais importante:

Os dados indicam que entre 30% e 70% das reinternações em até 30 dias são evitáveis com boas práticas assistenciais e de transição de cuidado. (fonte: OMS, IHI, estudos nacionais).


Na prática, o que uma alta qualificada evita?

  • Reinternações por descompensação clínica por má adesão a medicação

  • Erros por falta de entendimento de prescrições

  • Ausência de acompanhamento ambulatorial precoce

  • Infecções secundárias por falta de orientações domiciliares

  • Exposição do paciente a novos riscos hospitalares


    Benefícios da Alta Multiprofissional Integrada ao Plano Terapêutico Médico da Admissão


    Continuidade e Segurança do Cuidado

    Garante que as orientações médicas, de enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia e demais áreas estejam alinhadas desde a entrada até a saída do paciente.


    Reduz riscos de eventos adversos no pós alta, como reinternações, complicações e uso incorreto de medicações.


    Plano de Cuidado Personalizado

    As necessidades do paciente são identificadas desde a admissão e acompanhadas de forma integrada.


    Na alta, as orientações seguem coerentes com esse plano, favorecendo adesão ao tratamento domiciliar.


    Redução de Reinternações

    Estudos mostram que a alta bem estruturada, vinculada ao plano terapêutico inicial, pode reduzir significativamente as taxas de retorno hospitalar.


    Acompanhamento de condições crônicas, agudas ou necessidades específicas (como oxigenoterapia, curativos, reabilitação, etc.).


    Melhora da Experiência do Paciente e da Família

    Mais clareza nas orientações, evitando dúvidas ou inseguranças sobre medicações, cuidados, restrições e sinais de alerta.


    Sensação de cuidado contínuo e organizado, aumentando a satisfação com o serviço.


    Eficiência Operacional

    Melhora o fluxo de leitos, pois o planejamento da alta é iniciado desde a admissão, evitando atrasos desnecessários.


    Favorece a organização das equipes assistenciais e administrativas.


    Integração com Rede de Cuidados

    Facilita a transição para outros níveis de atenção: ambulatórios, cuidados domiciliares, clínicas de reabilitação, entre outros.


    As informações são compartilhadas de forma segura e padronizada.


    Aumento da Adesão ao Tratamento

    As orientações baseadas no plano terapêutico desde o início tornam os pacientes e familiares mais conscientes sobre a importância do seguimento, controle de doenças e autocuidado.


    Bônus — Vantagens Estratégicas para a Instituição

    Redução de custos por evitar reinternações e complicações.

    Melhora dos indicadores de qualidade e segurança do paciente.

    Conformidade com padrões de acreditação da qualdade.

    Melhoria da imagem institucional e da satisfação dos pacientes.


Na CQ Consultoria, apoiamos a implantação de fluxos práticos, check lists inteligentes, capacitação de equipe e indicadores de transição de cuidado que permitem que a alta seja um momento seguro, planejado e financeiramente sustentável para a instituição.


"Alta hospitalar bem feita salva vidas, reduz riscos e também economiza milhões."



Fontes:

Organização Mundial da Saúde







 
 
 

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Cátia Albuquerque ME

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