Erros evitáveis na saúde: Um custo humano e sistêmico que o Brasil precisa superar
- Cátia Albuquerque
- 13 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de mai.
Mesmo em meio a tantos avanços tecnológicos e científicos na saúde, o Brasil ainda enfrenta um problema grave e silencioso: os eventos adversos evitáveis. São falhas que ocorrem durante a assistência ao paciente e que poderiam ter sido prevenidas. Essas falhas vão desde a administração incorreta de medicamentos, erros de cirurgias, diagnósticos equivocados, quedas, infecções hospitalares, troca de lateralidade em exames/procedimentos/cirurgias, falhas na comunicação entre equipes durante a transição de cuidados, entre muitos outros.
Segundo dados da Anvisa e da Sobrasp, em 2022 foram notificados 292 mil eventos adversos em instituições de saúde brasileiras, sendo que grande parte deles eram evitáveis. E isso é apenas a ponta do iceberg: a subnotificação ainda é uma realidade em muitas instituições.
O impacto é profundo:
Estudos indicam que até 6 mortes por hora no Brasil estão relacionadas a falhas na assistência.
Cerca de 60% desses eventos são considerados evitáveis com boas práticas de segurança.
O custo anual estimado com eventos adversos evitáveis no setor privado gira entre R$ 5,2 bilhões e R$ 15,6 bilhões, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Esses números revelam algo alarmante, mas também transformador: cada falha evitável representa uma oportunidade de melhoria.
Instituições que investem em cultura de segurança, treinamentos contínuos, protocolos bem definidos, gestão de riscos, governança clínica, integração transdisciplinares e comunicação efetiva reduzem drasticamente a ocorrência de erros e melhoram os desfechos clínicos.
A persistência desses eventos adversos evidencia a necessidade de:
Fortalecer protocolos de segurança: implementação e adesão rigorosa de práticas estabelecidas.
Capacitação contínua das equipes de saúde: treinamentos regulares para atualização e conscientização.
Melhoria na comunicação interprofissional: garantir a troca eficaz de informações entre os profissionais envolvidos no cuidado ao paciente.
Engajamento dos pacientes: incentivar a participação ativa dos pacientes em seu próprio cuidado.
Esses números não são apenas estatísticas, mas são vidas afetadas, são histórias interrompidas, são alertas éticos e gerenciais que exigem respostas corajosas e bem estruturadas.
Mais do que identificar falhas, a questão central é: o que fazemos com essas informações?
Organizações que desejam alcançar excelência não podem tolerar a banalização do erro. Elas precisam investir em cultura de segurança, capacitação contínua, fluxos bem definidos, comunicação efetiva entre equipes e análise crítica de incidentes.
Na CQ Consultoria, reconhecemos que a segurança do paciente é um compromisso contínuo. Trabalhamos com instituições de saúde para identificar riscos, implementar soluções eficazes e promover uma cultura de excelência no cuidado.
A segurança do paciente não é apenas uma meta, é uma responsabilidade compartilhada que exige ação constante e colaborativa.
Temos visto na prática que hospitais e clínicas que adotam uma abordagem sistêmica da segurança do paciente, indo além do cumprimento normativo, conquistam resultados sustentáveis. Nosso trabalho envolve formação de lideranças clínicas, estruturação do Núcleo de Segurança do Paciente, implantação de planos de ação baseados em eventos reais, e monitoramento por indicadores estratégicos.
Reconhecemos que enfrentar esses desafios requer uma abordagem sistêmica e proativa.
Eventos adversos não são apenas números — são vidas impactadas, são histórias interrompidas. A excelência em saúde passa por reconhecer vulnerabilidades e agir com estratégia, cuidados seguros, ética e compaixão.
Segurança do paciente não é apenas uma meta — é um compromisso contínuo com a excelência na assistência à saúde.
Fontes:
CNN Brasil
Sobrasp
Anvisa

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