Controle de Infecção: essencial em toda a rede de atenção à saúde e não só em hospitais.
- Cátia Albuquerque
- 14 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de mai.
O controle de infecção é um dos pilares da segurança do paciente e da qualidade assistencial, não apenas em hospitais, mas também em clínicas, consultórios, laboratórios e demais serviços de saúde.
Em qualquer ambiente onde haja contato com fluidos corporais, realização de procedimentos invasivos, manipulação de materiais biológicos ou circulação de pessoas vulneráveis, há risco de infecções associadas à assistência (IRAS).
Conceito e importância
Controle de infecção é o conjunto de medidas sistematizadas para prevenir, reduzir ou eliminar a ocorrência de infecções relacionadas ao cuidado em saúde. Essas medidas são aplicadas antes, durante e após qualquer intervenção assistencial, com o objetivo de proteger pacientes, profissionais e visitantes.
Ainda que os hospitais estejam no centro das políticas de controle, a realidade é que clínicas ambulatoriais, consultórios odontológicos, serviços de diagnóstico por imagem, laboratórios e unidades de reabilitação também apresentam riscos importantes e muitas vezes subestimados ou negligenciados.
A importância do controle de infecção vai além da prevenção de doenças: ele reduz custos com internações prolongadas, evita a propagação de microrganismos resistentes, melhora os indicadores de qualidade institucional e fortalece a confiança da população nos serviços de saúde. Instituições que adotam práticas efetivas de controle de infecção também demonstram comprometimento com a ética e a responsabilidade social.
Estatísticas que alertam
Segundo dados da OMS, até 10% dos pacientes internados em países de baixa e média renda adquirem pelo menos uma infecção associada ao cuidado em saúde.
No Brasil, estima-se que as IRAS ocorram em 5% a 15% das internações hospitalares e os índices em ambulatórios e serviços de apoio são menos conhecidos por falta de notificação e monitoramento sistemático.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Análises Clínicas revelou que mais de 30% dos laboratórios de pequeno porte não realizam protocolos eficazes de biossegurança e desinfecção.
Principais fragilidades em serviços não hospitalares e hospitalares
Ausência ou subdimensionamento de Comissões de Controle de Infecção e Biossegurança..
Falta de protocolos claros de limpeza, desinfecção e esterilização.
Treinamentos esporádicos ou inexistentes para equipes de apoio e atendimento.
Uso inadequado de EPIs ou relaxamento no uso em atividades consideradas “de baixo risco”.
Armazenamento incorreto de materiais limpos e contaminados.
Ausência de avaliação microbiológica de superfícies e equipamentos.
Fragilidade ou ausência de campnhas de Higienização das Mãos.
Ações de prevenção indispensáveis
Elaboração e implementação de protocolos padronizados, adaptados à realidade de cada serviço.
Capacitação contínua das equipes, com ênfase em higiene das mãos, uso correto de EPIs e de insumos da saúde e condutas diante de exposições acidentais.
Auditorias internas e simulações regulares, para avaliar a aderência e resposta às situações de risco.
Gestão adequada de resíduos de serviços de saúde, com atenção aos fluxos, segregação e descarte.
Vigilância epidemiológica ativa, com notificação de casos suspeitos e rastreamento de fontes de contaminação.
Infraestrutura adequada, com áreas limpas e sujas bem definidas, ventilação controlada e manutenção preventiva de equipamentos.
Exemplos de Sucesso além do perfil hospitalar
- Uma clínica odontológica em Curitiba reduziu em 85% os afastamentos por contaminações após implementar um programa contínuo de capacitação e a reestruturação dos fluxos de esterilização.
- Um laboratório de análises clínicas em Recife obteve uma certificação de excelência após implantar rotinas rigorosas de biossegurança, inclusive com monitoramento microbiológico mensal das bancadas e equipamentos.
- Um centro ambulatorial de oftalmologia em São Paulo zerou os casos de infecções pós-procedimentos por 18 meses consecutivos, após investir na padronização dos kits cirúrgicos e no acompanhamento dos processos de limpeza terminal.
Conclusão
Investir em controle de infecção não é apenas uma exigência legal, é um compromisso ético com a vida. Cada consultório, cada laboratório, cada centro de imagem deve enxergar-se como um elo essencial na rede de proteção à saúde pública.
Se sua clínica ou laboratório precisa de orientação técnica e implementação de práticas efetivas de biossegurança e prevenção de infecções, a CQ Consultoria está pronta para apoiar sua instituição com conhecimento, estratégia e resultados.
Fontes:
Organização Mundial da Saúde Ministério da saúde

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